domingo, 25 de janeiro de 2009

Jeitinho no trânsito

Algumas infrações já se tornaram coisa natural no trânsito do Rio de Janeiro. Em lugares específicos, bandalhas já são quase tradição, como nos retornos da Av. Atlântica no Leme, e em algumas calçadas parece até que é permitido estacionar, pois sempre se fez assim e nada foi feito para mudar isso.

Sinais de pedestre são um exemplo. São poucos os lugares em que esse tipo de sinal é respeitado. Na maioria das vezes, o motorista olha para os lados e, se der para avançar sem atropelar ninguém, ele segue em frente.

Nesse sinal, em Copacabana, o motorista não teve o menor pudor de estacionar sobre a faixa de pedestre. Afinal, era noite, não ia atrapalhar tanto, certo? Não sei qual é a fronteira em que o "jeitinho" começa a ficar perigoso, mas talvez seja hora de começarmos a pensar diferente caso desejemos mudar alguma coisa na cultura do cotidiano desse país.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Choque de sensacionalismo

O jornal O Globo devia estar mesmo desesperado porque o ex-prefeito Cesar Maia não anunciava em suas páginas. O antigo prefeito economizou um bom dinheiro deixando de investir em publicidade, mas também criou adversários fortes. Some-se isso a sua pouca popularidade e ele virou um prato cheio para os jornais.

Juntando o útil ao agradável, O Globo inventou um "choque de ordem", supostamente sendo realizado pelo novo prefeito, Eduardo Paes. Até agora, o que eu vejo é algo que já existiu, mas nunca surtiu o efeito esperado, como a Guarda Municipal, correndo atrás dos camelôs, que já têm sua barraquinha compactável montada para uma fuga emergencial quando o rapa chega.

Agora, quem sabe, começarão a surgir as propagandas da Prefeitura do Rio no jornal. Por enquanto, não senti nenhuma diferença nesse tal "choque". Os mendigos continuam ocupando as praças em Copacabana, os carros continuam sobre a calçada e os camelôs só correm quando a guarda passa, mas logo voltam a seu lugar, assim como os mendigos retirados.

As imagens abaixo foram tiradas por mim numa breve camihada em Copacabana agora há pouco.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Uma nota sobre a guerra de Israel

Existe muito sensacionalismo na imprensa brasileira – e mundial – sobre a guerra que explodiu entre Israel e o Hamas na faixa de Gaza. Concordo que é muito difícil para quem se informa apenas pelos jornais entender o real motivo da invasão e saber quem realmente tem razão nesse conflito.

Em 2005, a faixa de Gaza passou a ser praticamente um país independente. Os colonos judeus foram retirados à força pelo exército de Israel, que recuou para o lado israelense da fronteira. Então, o Hamas e o Fatah, do líder da Autoridade Naciona Palestina, entraram em guerra pelo controle da região. O Fatah, moderado, acabou levando a pior e o Hamas assumiu o poder.

Durante esse tempo, milhares de mísseis foram atirados a esmo contra a população civil de Israel, visando apenas a tirar vidas dos israelenses, considerados inimigos pelos radicais do Hamas. As baixas foram poucas porque lá todas as casas contêm bunkers para proteger a população. Já o Hamas esconde suas armas e seus pontos de lançamento entre a população civil, pois sua morte é um artifício para virar a opinião pública contra Israel. São verdadeiros escudos humanos.

Após muitos avisos, Israel revidou. Bombardeou os quartéis do Hamas matando muitos militantes, entre eles alguns líderes do grupo. Matou também alguns civis, a maioria próxima aos quartéis do Hamas. A população de Gaza continua a apoiar o Hamas apesar deles serem os responsáveis por toda a desgraça que recai sobre aquela terra. Já tiveram uma opção: poderiam ter se esforçado para que o Fatah controlasse a região, o que tornaria o diálogo com Israel muito mais fácil.

O Hamas tem escolas, centros de treinamento e outros estabelecimentos para criar soldados alimentados com ódio a Israel e a tudo o que o país representa. E são eles que Israel tenta destruir, ao contrário do que a imprensa tenta fazer entender. Não há massacre: a grande maioria dos mortos na guerra é de militantes do Hamas.

Para deixar bem claro: sou a favor da independência da Palestina, tanto na faixa de Gaza quanto na Cisjordânia. Se eles não existiam como povo, hoje possuem uma identidade e merecem uma nação. Mas um país que declara como propósito a destruição de outro dá a este direito de se defender. E é isso que Israel faz – desde 1948.

O vídeo abaixo mostra um pouquinho do que é o Hamas.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Ninguém é a favor do aborto

Não compreendam mal o título deste texto. É que eu acabo de ler uma matéria no Globo online contendo a seguinte frase sobre um filme patrocinado pela Fioruz: "Documentário é claramente a favor do aborto".

A imprensa faz isso com frequência: distorcer as informações que têm relação com o tema aborto. Vejamos no caso da Jandira Feghalli, uma conhecida ativista, por exemplo. Na reportagem do jornal O Globo do dia 18 de setembro, vemos a seguinte frase: "A candidata também negou que tenha defendido o aborto".

Para começar, essa é uma prática comum na imprensa: negar para afirmar. Para difamar um político, é só publicar: "Fulano nega ter desviado dinheiro". Sua imagem é destruída sem contar nenhuma mentira, bastando perguntar-lhe se ele desviou dinheiro. Em segundo lugar, eu ainda não conheci uma pessoa que fosse a favor do aborto.

A prática é violenta e traumatizante. Mas possivelmente é menos traumatizante do que abandonar um filho num orfanato ou, como acontece muito por aí, no lixo. É importante educar a população e fornecer métodos contraceptivos para evitar a gravidez indesejada, mas ela nunca vai deixar de acontecer por completo.

Dados do Instituto Alan Gutmacher informam que um milhão de abortos são realizados ilegalmente por ano no Brasil com centenas de mortes relacionadas a abortos feitos sem as condições necessárias. Portanto, é absolutamente necessário descriminar o aborto e é isso que os ativistas defendem, e não a prática do aborto em si. É uma questão de humanidade e de saúde pública.