quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A imprensa oscila para baixo

Uma coisa que eu reparo em todas as épocas de eleições é que os jornalistas não sabem o significado da palavra oscilar. Oscilar é realizar o movimento de pêndulo, ou sofrer variações em sentidos opostos.

Em todas as pesquisas, quando um candidato sobe ou desce, decreta-se: oscilou para cima; oscilou para baixo... a intenção de voto não oscila para cima ou para baixo. Quando ela oscila, move-se em ambos os sentidos com maior ou menor intensidade.

Vamos simplificar as coisas? Ganhou pontos: subiu. Perdeu pontos: desceu. Não é melhor assim?

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Como funciona o voto proporcional

Uma coisa que confunde os eleitores brasileiros é o voto proporcional. Existem três cargos legislativos que utilizam esse sistema para definir os eleitos: deputado federal, deputado estadual e vereador. O voto para senador é majoritário, ou seja, ganha quem tem mais votos.

Talvez essa seja a grande dificuldade do brasileiro: entender por que um deputado mais votado pode ficar de fora, enquanto um menos votado acaba eleito. A explicação é simples, mas vai de encontro à cultura política do país.

Em primeiro lugar, o eleitor não vota no candidato. Vota no partido ou coligação. Ou seja, a primeira coisa que é feita com os votos dos eleitores é a soma de todos os votos que foram para o partido ou coligação. Esses total contempla os votos nas legendas e os votos nos candidatos. Então descobre-se quantos deputados ou vereadores o partido ou coligação elegeu a partir do quociente eleitoral, ou seja, o número total de votos válidos dividido pelo número total de vagas. Isso significa que um deputado pode ser muito votado e, ainda assim, não entrar porque seu partido não recebeu o número suficiente de votos.

Em seguida, verifica-se, em cada partido ou coligação, a colocação dos deputados, do mais para o menos votado. Se o partido ou coligação tem direito a seis vagas a partir do número total de votos recebidos, elegem-se seis candidatos, mesmo que o último deles tenha poucos votos.

Este sistema chama-se "lista aberta", em que o eleitor faz duas escolhas em apenas um voto: qual o partido que deseja que o represente e, dentro deste partido, qual o candidato que condiz com sua opinião.

Para mim, este ainda é o melhor sistema. O que falta é explicar e educar o povo, que acaba por votar em um candidato e eleger outro sem saber que, na verdade, está votando num partido.