segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Tudo que a Coca-cola toca vira...

Há tempos ouço falar, de amigos que trabalham com isso, dos problemas que os produtos da a Coca-Cola enfrentam com uma logística ruim de distribuição, especialmente para o interior. Como se não bastasse, vemos em diversos lugares indícios de que a empresa proíbe a venda de produtos de outras marcas em certos bares que só vendem guaraná Kuat (antigamente, a Kaiser, que era de uma engarrafadora da Coca-Cola, também detinha esse privilégio). Até mesmo uma marca poderosa como o McDonald's há alguns anos deixou de vender o guaraná Antarctica para oferecer o similar da concorrência.

Em 2006, a multinacional comprou a fábrica dos sucos Del Valle e, no ano seguinte, assumiu o controle da fábrica do Matte Leão. Hoje, a Coca-Cola domina o mercado nacional de bebidas não alcoólicas com ampla vantagem no segmento de refrigerantes. O monopólio é de tal ordem que já quase não há opções para comprar sucos de frutas em caixa, mates e chás gelados.

Isso seria transparente ao consumidor, não fosse a mania deles de "cocacolizarem" seus produtos, transformando-os numa água com açúcar flavorizada. Não há mais possibilidade de se tomar um produto de qualidade e razoavelmente saudável: ou vem com quase 50% de açúcar, ou vem entupido de aspartame e ciclamato.

Como o Cade aprovou essas aquisições? E o Ministério da Saúde, não tem nada a dizer?

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O que a Venezuela tem a oferecer ao povo?

Chávez, durante muito tempo, foi o melhor que a Venezuela pôde ter. O país sofre com uma das maiores desigualdades sociais do planeta, onde os ricos são poucos e muito ricos e os pobres são muitos e miseráveis. A classe média é pequena e pouco representativa.

O ditador governou contra as elites, mas não necessariamente pelo povo. Tratou de perpetuar-se no poder guiando o rebanho com o mínimo: saúde pública, um princípio de distribuição de renda que proporcionou o crescimento, ou mesmo surgimento, de uma nova classe média. Entrou no vácuo político de um país que fora mais um quintal dos Estados Unidos, um provedor de petróleo como seus parceiros no Oriente Médio.

A oposição venezuelana, até há pouco, era formada pelas elites que queriam um governo em causa própria, voltado para a exportação de seu petróleo de baixa qualidade e a manutenção das riquezas nas mãos de poucos. Uma nova oposição surgiu durante o governo Chávez, mas não sabemos ainda o que ela quer e para quem ela pretende governar.


Agora Chávez está no fim de sua vida e, provavelmente, tentará fazer com seu país o que Fidel fez com Cuba. Mas a história dos dois países é diferente e alguma oposição chegará no poder algum dia. O que podemos esperar é que Chávez não tivesse razão, que um outro governo possa dar ao povo o que o povo precisa.